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Nossa Senhora de Guadalupe - Padroeira da América Latina |
No
ano de 1523, na cidade de Guadalupe, no México, Nossa Senhora apareceu
ao índio Juan Diego e fez dele um mensageiro de sua vontade junto ao
bispo local. Durante muito tempo, o índio não conseguia obter sucesso
junto ao bispo, que não acreditava em sua história. Até que um dia, o
próprio bispo viu as flores silvestres que o índio trazia em seu manto,
se transformarem na imagem de Nossa Senhora. O manto do índio Juan
Diego foi preservado e encontra-se exposto no santuário construído em
homenagem à Virgem de Guadalupe, na colina de Tepyac. Nele, pode-se
encontrar o rosto da virgem e, na pupila de seus olhos vê-se gravada a
imagem do índio. Assim, Nossa Senhora de Guadalupe veio a se tornar
Padroeira da América Latina, colocando sob sua especial proteção os
povos indígenas que aqui habitam e que vivem constantes humilhações e
marginalizações.
Oração:
Ó Deus, que nos destes a
Santa Virgem Maria para amparar-nos como mãe solícita, concedei aos
povos da América Latina, que hoje se alegram com sua proteção, crescer
constantemente na fé e alcançar o desejado progresso no caminho da
justiça e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
Textos bíblicos sugeridos: Gl 4, 4-7 - Lc 1, 39-47
Para rezar e cantar:
Mãe do Céu Morena,
Senhora da América Latina
De olhar e caridade tão divina
De cor igual a cor de tantas raças.
Virgem tão serena,
Senhora desses povos tão sofridos
Patrona dos pequenos e oprimidos
Derrama sobre nós as suas graças.
Derrama sobre os jovens a vossa luz.
Aos povos vem mostrar vosso Jesus.
Ao mundo inteiro trazei vosso amor de mãe.
Ensina a quem tem tudo a partilhar.
Ensina a quem tem pouco a não cansar,
E fazei o nosso povo caminhar em paz.
Derrama a esperança sobre nós.
Ensina o povo a não calar a voz.
Desperta o coração de quem não acordou.
Ensina que a justiça e condição.
Prá construir um mundo mais feliz e mais irmão
E fazei nosso povo conhecer Jesus.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
A imagem da Morenita, como é chamada
Nossa Senhora pelos mexicanos, assombrosa e inexplicavelmente se
conserva em excelente estado, numa tela grosseira, como de estopa, e tão
alta rala que, através dela, pode-se enxergar o povo e a nave da
igreja. Nisto podemos ver a mão de Deus, pois tal
imagem não foi pintada por mãos humanas, e, ainda hoje, continua
exposta no santuário construído no monte Tepeyac, conquistando corações
mexicanos e de inúmeras nacionalidades que chegam com seus pedidos e
agradecimentos. Vejamos, portanto, o seu significado:
partindo dos seus rasgos, passando pela simbologia indígena e chegando
aos fenômenos que podem ser comprovados cientificamente, a Virgem de
Guadalupe é sem dúvida uma aparição “dita sobrenatural”. Podemos dizer que a imagem do sagrado
manto é um cacho de símbolos, que reflete a identidade espiritual o
cristão latino-americano; para compreender melhor esta explicação,
sugerimos ter em mãos uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
O seu rosto moreno: representa a cor mestiça do povo nascente, tanto em relação à sua pele, quanto à cultura.
A túnica vermelho-pálida: antes, a cor do deus sol asteca, do sangue e da vida, e agora, a cor do Sangue do verdadeiro Redentor Jesus Cristo.
O manto verde-azulado: antes,
a cor dos imperadores astecas, e agora, a cor da imperatriz do mundo;
cor que sintetiza o deus dos índios o deus-dois, masculino e feminino, e
agora, cor da Mãe do Deus-homem.
Sol envolvendo a Virgem: simboliza a divindade do sol, eclipsada pela mãe de Deus e a seu serviço.
Lua sob os pés e estrelas no manto: é
a reconciliação de toda a natureza: do sol, da lua e das estrelas,
depois de um longo conflito cósmico, como contam os mitos astecas.
Anjo sob a Virgem: é o anunciador de um novo sol, o Sol da Justiça, Cristo, inaugurando assim uma nova era: a da fé e da graça.
As duas cruzes: a cristã, no pescoço, e a cruz solar indígena, sobre o ventre, simbolizando a harmonia da religião asteca com a fé cristã.
Outro
dado interessante a destacar é que vários cientistas, ao fotografarem
os olhos de Nossa Senhora, encontraram misteriosamente num deles a cena
onde o índio João Diego se apresenta diante do bispo, caindo as rosas do
manto e aparecendo a imagem impressa nela. Podemos
ver como a totalidade da preciosa imagem, sua própria pessoa, é diálogo
e mistura de etnias e humanidades diferentes. Ela reza de mãos juntas,
do modo dos espanhóis, mas também quase iniciando uma dança, que é para
os índios a máxima forma de reverenciar a Deus, seu rosto é mistura de
raças, e, revelando-se mãe de todos, assume a cor de seus filhos mais
necessitados. De
olhos negros e pele morena, ao mesmo tempo em que consola, nos desafia a
sermos colaboradores na tarefa evangelizadora. Rosto amável que, com
seu misericordioso olhar, delicado e profundo, continua nos provocando a
trabalhar pela construção de um mundo novo, repleto de paz, respeito e
amor.
DETALHES DOS OLHOS:
O tamanho tão pequeno das córneas na
imagem, cerca de 7mm a 8mm, descartam a possibilidade das figuras dos
reflexos terem sido pintadas sobre os olhos. Devemos também ter em conta
que o tecido, feito de fibras de Maguey, sobre qual a imagem foi
estampada, é extremamente rudimentar e apresenta poros e falhas na
costura, por vezes, maiores que os das córneas da imagem. Se com a
tecnologia de que dispomos hoje é impossível criar ou reproduzir uma
figura com tanta riqueza de detalhes, imagine para um artista no ano de
1531. Os estudos dos olhos da Virgem de Guadalupe resultaram na descoberta de 13 pequenas imagens.Primeiramente ampliou-se 1 mm da imagem
2.500 vezes. Um destes pontinhos microscópicos corresponde à pupila do
Bispo Zumárraga (Que está por inteiro na pupila da Virgem) e foram
ampliadas outras 1.000 vezes. Nela encontra-se novamente a imagem de
Juan Diego mostrando o poncho com a imagem da Virgem de Guadalupe. A imagem de (4)Juan Diego aparece duas vezes. Uma nos olhos da Virgem e outra nos olhos do Bispo que está nos olhos da Virgem. Existe uma hipótese que diz que
estas 13 figuras querem trazer uma mensagem da Virgem de Guadalupe para
humanidade: que perante Deus, os homens e mulheres de todas as raças são
iguais. Na opinião do doutor Aste, as figuras de 7 a 13 (grupo familiar
indígena) são as mais importantes, pois estão no centro dos olhos, o
que significa que a família é o centro do olhar compassivo de Maria.
Poderia ser um convite da Virgem de Guadalupe a nos aproximarmos de Deus
em família, especialmente nestes tempos em que está sendo tão
desprezada e atacada. O Dr. Aste, afirma que quando São
Juan Diego foi recebido pelo (2) Bispo Zumárraga, a Virgem Maria estava
presente; invisível, mas observando toda cena. Isto explica porque
estão refletidas em seus olhos as imagens presentes. Quando São Juan
Diego abriu o poncho e caíram as rosas, a imagem estampou-se, e em seus
olhos levava o reflexo de todas as pessoas que testemunharam o milagre.
Desta maneira, Deus quis nos deixar uma “fotografia” desta impressão
milagrosa.
As Estrelas do Manto
12 de dezembro – Solstício de inverno
Na terça-feira, 12 de dezembro de 1531 de
nosso calendário (Calendário Juliano), ou 22 de dezembro do Calendário
Astronômico dos indígenas, aconteceu à aparição da Virgem de Guadalupe
no poncho de São Juan Diego. Na manhã deste mesmo dia, ocorreu o
solstício de inverno que para as culturas pré-hispânicas significativa o
sol moribundo que recobra vigor e retorna à vida.
12 de dezembro de 1531, pela manhã do solstício de inverno
Para os indígenas, o solstício de inverno
era o dia mais importante de seu calendário religioso. O sol vencia as
trevas e ressurgia vitorioso. Não é coincidência que a Virgem tenha
apresentado seu Filho justamente neste dia, ficando claro para os índios
que aquele que ela trazia em seu seio era o verdadeiro Deus.
Fonte: Revista Milicia da Imaculada – Maio/2011