quinta-feira, 23 de junho de 2016

Quem é Elizete Toledo, a leiga que irá para África em julho de 2016?

Queridos leitores, bom dia!

Elizete: sorriso fácil
Conheci a Elizete Toledo, nossa querida leiga que irá em Missão para África em julho de 2016, na primeira Assembleia dos Leigos em Hortolândia/SP em 2010. 
Nos tornamos amigas sonhando juntas o sonho de São Guido: "Fazer do mundo uma só família."

Fiz umas perguntinhas para ela no intuito que todos nós pudéssemos conhecer um pouco sobre ela e saber sobre sua motivação para sair em missão para um local distante e com uma cultura tão diferente.

Partilho com vocês as perguntas e o texto que obtive como resposta.
É emocionante!! Que São Guido Maria Conforti interceda por ela e por todas pessoas que se dispõem a sair em missão em favor do outro, por amor à Deus.
 
1. Qual sua idade?
2. Qual sua profissão?
3. Como é a sua família?
4. Como é participar da vida em comunidade?
5. O que te motiva a dar o seu sim para uma missão além fronteiras em um país tão distante, tão pobre?
6. O que é ser leiga missionária xaveriana para a Elizete?
7. Como está se preparando para sair em missão para Guiné Bisau/África em julho próximo?
 
Elizete com padre Raffaele
Meu nome é Elizete da Aparecida Toledo, tenho 47 anos, sou professora pedagoga, sou a filha mais velha de cinco meninas, uma família simples, meus pais sempre foram batalhadores e procuram nos dar o essencial: o amor pois os bens materiais eram escassos e o foram por muitos anos e mesmo diante das dificuldades mais intensas meus pais Noel (in memoriam)  e Tereza nunca abriram mão de que estudássemos. Tenho muito orgulho da minha família, onde adquiri os valores mais profundos que me sustentam e ajudam em muitos momentos da minha vida.
Elizete com sua família e leigos italianos
 Dentre esses valores que aprendi em família e de modo especial com meu pai, está o valor da participação da vida em comunidade, aprendi em uma comunidade bem simples, no interior do Paraná na cidade de Palmas, que nem capela tinha que a vida de fé só tem fundamento em comunidade, aprendi desde os doze anos nos encontros realizados nas famílias (atual GRBV - Grupo de Reflexão Bíblica e Vivência ou Grupo de Círculo Bíblico), na oração do terço em família. Foi na participação na comunidade que aprendi, ainda com doze anos, a visitar os doentes junto com o Padre Pedro Moreschi, no início da catequese em um barracão.
Isso é muito importante para mim, hoje posso dizer que não consigo viver a minha fé sem participar da Eucaristia e sem a vida de comunidade. Já tentei viver uma fé intimista só participando da missa, não foi suficiente me deixava incompleta, então a vivência em comunidade é um dos meus alicerces da fé.
A motivação para dar o SIM para a missão além-fronteiras vem exatamente da vivência em comunidade, que foram ao longo do tempo agregando experiências do amor de Deus e sua misericórdia e estas experiências me fazem buscar as forças e motivações para a caminhada de fé pessoal e comunitária. O SIM para a missão além-fronteiras é um gesto de gratidão, pois quantos sacerdotes, religiosas, leigos(as) que deram o seu SIM antes de mim.
A motivação vem da própria congregação dos missionários xaverianos que atuam em nossa paróquia e outros que por aqui passaram e deixaram seu testemunho de missionariedade, dentre eles o Padre Silvano, Padre José Pedro. Outra motivação também é dar uma resposta de vivência radical de vida cristã, e isso é possível sim, viver a fé no estado laical de modo mais íntimo e estreito, na resposta séria ao compromisso batismal, no assumir e viver os conselhos evangélicos de castidade, pobreza, obediência e missão, de acordo com meu estado de vida: sendo solteira.
Quando faço tais afirmações não as coloco e muito menos me coloco como exemplo ou como modelo a ser seguido, essa é uma caminhada muito individual, cabe a cada um/uma leigo(a), dar a sua resposta e assumir com coerência a sua fé aliando-a com a vida, eu fiz uma escolha clara e dei uma resposta: SIM! 

Com a coordenação dos Leigos Missionários Xaverianos/2013
A escolha da missão na Guiné Bissau se deu muito mais por parte de Deus, que de acordo com seu tempo foi me preparando para esse grande passo. De minha parte fiz a escolha da missão, desde o início de minha participação como leiga missionária xaveriana, fosse ela local ou além fronteiras, pensava sempre que um dia iria para outras comunidades, outros estados, outros países especialmente na África: Moçambique ou para o Congo, este último já com uma experiência de leigos xaverianos italianos. Consigo perceber com que ternura e amor Deus foi preparando essa missão, pois eu nunca imaginei que iria para a Missão Católica Beato Paulo VI onde estão o Diácono Pedro e sua esposa Salete! Em novembro/2013 o Diácono Pedro e outros estiveram aqui em Laranjeiras do Sul e no mesmo dia, 03.11.2013, eu estava na JDJ-Jornada Diocesana da Juventude em Guarapuava com 50 jovens aqui da nossa Paróquia, ao final da celebração Dom Wagner anunciou que estava convidando jovens, pessoas que quisessem sair em missão para a África! Após a celebração procurei Dom Wagner que me apresentou o Pe Carlos da Ação Evangelizadora que repassou como era a missão lá. O tempo foi passando e minha ansiedade para ir, aumentando, quando acalmei meu coração as coisas se encaminharam. Fui acolhida com grande carinho por eles quando nos encontramos em dezembro/2015 e depois pelo Padre Mário Spaki, Dom Wagner que tem sempre insistido no mandato missionário.
Missionária Salete Lang e jovens da Guiné Bissau-África
Não é um passeio, sair em missão, é colocar a vida com suas capacidades e limites à serviço, disponível para acolher o que encontrar, não tendo a pretensão de sair em missão para ensinar, mas sim ir/sair para a experiência de dar uma resposta a Deus.
Todos podemos fazê-lo! Basta abrir o coração, estar disponível, ter clareza da nossa vocação e missão.
Sou alegre e feliz por tudo estar dando certo, lógico não contava com as dificuldades materiais concretas. Mas é assim também que se faz a missão, não em nosso tempo! Não do nosso jeito! Não com nossas próprias forças, mas sim com as forças e providência divinas!
A experiência de dar o SIM para a missão na Guiné Bissau também tem um aspecto de saída mais radical, ao encontro do outro, este outro que é desprovido dos bens materiais para viver um tempo de graça e misericórdia. Para viver um tempo da alegria do evangelho, da igreja em saída que tanto nos pede o Papa Francisco.
Com o grupo de Leigos de Laranjeiras do Sul
Toda essa experiência é também já fruto do ser Leiga Missionária Xaveriana: na saída interior, dos meus confortos pessoais, das minhas verdades, é a saída desde o início preparada desde sempre e para sempre. Nisso se constitui para mim ser leiga missionária xaveriana: é estar com o coração aberto para aprender a viver em família como nosso fundador desejava para os seus sacerdotes e nos deixou esse legado: fazer do mundo uma só família! Nunca como na atualidade se necessitam tanto de sinais de vida e de fraternidade e como leigas tenho o dever e a missão de ajudar a ser sinal de vida.

Ser leiga missionária xaveriana é dispor-se para ir ao encontro do outro no trabalho, na família, na sociedade, no grupo de leigos, na Igreja, é desalojar-se e ajudar o outro a encontrar Cristo! Do contrário seremos mais um grupo que aos poucos perde o sabor e luz e deixa-se acomodar na missão de ser CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS NA IGREJA E NA SOCIEDADE: sal da terra e luz do mundo (Mt 5,23-24).
Com padre Fábio


A preparação efetiva para a missão na Guiné Bissau está acontecendo de modo intenso e ao mesmo pessoal na oração, no despojamento, na organização da vida familiar, profissional e comunitária, pois a missão não é individual, em janeiro/2016 após o convite formal por parte de Dom Pedro Zilli, apresentei à família a proposta a qual apoiou e ao mesmo tempo ficou receosa pelas condições adversas que encontrarei no país, como a questão da água, alimentação e indisponibilidade de sistemas organizados de saúde; ao grupo de leigos(as) de Laranjeiras do Sul e ao assessor Padre Fábio essa proposta foi apresentada em janeiro e após o sim para a continuidade, foram consultados sobre o apoio afetivo com orações, partilha, apoio e efetivo com a parte financeira, após esse apoio manifestado individualmente e como grupo me senti amparada; também a comunidade na qual participo, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, manifestou total  irrestrito apoio; com o Pároco Pe Jorge aconteceu o mesmo apoio. Com esses acenos de apoio à ação missionária ad gentes, também não foi diferente com o Laicato Brasil Sul, quando em 13/02/2016 foi apresentada a proposta e com o total apoio por parte dos representantes dos grupos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, bem como por parte do Padre Rafael, assessor do Laicato e de Padre Domenico Borrotti, superior regional da Congregação dos Missionários Xaverianos e mesmo não possuindo as condições de sustentabilidade ainda efetivas a ação contará com pequenos gestos de solidariedade e partilha missionária.
Sei que a caminhada apenas começou e que a missão na África é apenas um passo de tantos outros que precisam ser dados e por fim só me resta a dizer: na oração, na partilha juntos na missão como família xaveriana!
Elizete"Viver, amar e servir Cristo em tudo!"

4 comentários:

  1. Bonita partilha! Que seja uma fecunda missão nesse novo trajeto missionário! Nos unimos e oração e assim a acompanhamos!Abraço à todos!

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  2. Parabéns Elizete pela coragem e disponibilidade. Tenho certeza que Espírito Santo a guiará nessa bonita missão!

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    1. Beg, a motivação de cada um de nós com certeza fortalece a Eluzete nessa caminhada.

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