quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Oração pela paz do mundo!

Pe Adriano Cunha Lima (desde Chade-África)
No domingo 4 de fevereiro, durante o Angelus, o Papa Francisco convidou todos os cristãos e homens de boa vontade a dedicar o próximo dia 23 como uma jornada especial de oração e jejum pela paz no mundo, sobretudo na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul.
adriano
Um novo convite à oração. Diante alguns problemas enormes o Papa insiste em rezar. Essa não foi a primeira vez, desde o primeiro dia do seu pontificado ele se confia constantemente às orações do povo e promete inúmeras vezes suas orações. Ele propõe jornadas de oração, como aquela organizada em setembro de 2013 pela paz na Síria, a de 2016 pelas vítimas de abuso sexual, sem esquecer as “24 horas para o Senhor” que iluminam nossas quaresmas desde 2014.
Longe de ser uma resposta desencarnada, rezar pelos outros torna presente a vivência dos dois mandamentos. A oração é prova de amor e confiança em Deus e gesto primeiro de caridade pelo próximo. O mundo parece ter respostas para tudo, essa autossuficiência distancia o homem de Deus, e mais do que isso, distancia o homem do caminho de vida nova que vem de Deus. Nos tornamos amargos, mesquinhos, indiferentes, cheios de razão. Aceitamos e encorajamos leituras e soluções para problemas das nossas vidas e da sociedade que não são evangélicas. A oração amolece nossos corações revelando nossa pequenez e se torna força porque deixa espaço para que o Senhor conduza nossas vidas. A humildade da oração faz com que sejamos eternos discípulos do Mestre que, todos os dias, “torna nova todas as coisas”.

Rezar por irmãos que sofrem a quilômetros da nossa “terrinha” é declarar guerra à indiferença. Rezando, a vida do outro tem valor para mim, eu o amo como irmão e aprendo olhar cada pessoa como um filho amado de Deus, e sonhar para cada uma delas o sonho de Deus. Infelizmente no Brasil, num país “católico”, estamos perdendo a graça da fraternidade universal, basta ver nossas intervenções na internet, quantos insultos, quanta falta de paciência e quanto julgamento. Precisamos de uma conversão enorme neste sentido. É o amor para com o próximo que distingue o discípulo de Jesus (cf. Jo 13,35). Nos convidando a rezar pelos nossos irmãos congoleses e sudaneses o papa nos arranca do nosso egocentrismo, e faz de nós melhores cristãos, mais parecidos com o Senhor.
A República Democrática do Congo, antigo Zaire, é um dos 54 países do Continente Africano. Colônia Belga durante quase cem anos, o gigante africano (segundo maior país do continente) rico em minérios, sempre foi visto como uma terra a ser explorada. Ele foi vítima da ganância dos países ricos e dos seus próprios dirigentes, conheceu uma colonização selvagem, a ditadura de Mobutu e as consequências violentas da guerra do Ruanda, a violência dos insaciados do seu ouro, diamante, cobre e cobalto e ultimamente a ditadura do Presidente Kabila (no poder desde 2003). Apesar de tudo, o povo congolês é alegre, forte e dinâmico, nunca cruzou os braços frente à injustiça. As comunidades cristãs são numerosas, fontes de vocações à vida sacerdotal e religiosa, e já provaram várias vezes sua coragem até o martírio. Nestes últimos dias, o Cardeal Monsenguwo se tornou a grande voz contra a ditadura do presidente Kabila, sua audácia alimenta a força do povo que busca com esperança uma mudança pacífica no país. Infelizmente a repressão contra os manifestantes é grande. Desaparecidos, mortos e feridos pintam o quadro de um país onde as autoridades esqueceram que elas estão à serviço de uma nação que só busca viver melhor.
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A situação na República do Sudão do Sul não é tão diferente. O mais jovem país africano, que ganhou sua independência do Sudão em 2011, vive atualmente uma guerra civil entre os defensores do presidente Salva Kiir e os do vice-presidente, hoje fugitivo político, Riek Machar. Os resultados são assustadores, de 50 a 300 mil possíveis mortes, quase 1 milhão de refugiados em países vizinhos e aproximativamente 15 mil crianças-soldados. Várias paróquias deixaram de ter uma vida normal, pois muitos padres e irmãs nãos moram mais nos vilarejos, por segurança eles são obrigados a viver na cúria diocesana e visitar quando possível as comunidades. É do Sudão do Sul que vem a Santa Josefina Bakhita, é o no Sudão que São Daniel Comboni, fundador dos missionários combonianos, exerceu seu ministério episcopal. Do Congo vem dois bem-aventurados e mártires, Clementina Anuarite e Isidore Bakanja. Que essas terras tocadas por Deus possam se tornar um lugar de paz, desenvolvimento e justiça para todos. Que a coragem dos cristãos destes dois países possa reacender a chama da fraternidade universal entre nós cristãos brasileiros.
Por fim, peço orações pelo país onde vivo, o Chade. Um outro país africano que passa por um momento difícil de crise financeira e política. Todos os funcionários do estado, professores, médicos, enfermeiros, entraram em uma greve geral e paralisaram o país. Eles esperam receber os salários atrasados. As manifestações foram proibidas, a repressão aumenta e já constatamos inúmeras prisões contestáveis. As escolas estão fechadas e nossos jovens perdem a esperança. Contamos com vossas orações.
Que Deus abençoe cada um de vocês que se dedicarão com fé e coragem nesta jornada do dia 23 de fevereiro. A presença de Deus transformará os corações dos que rezam e tocará os corações dos homens poderosos que criam tanto sofrimento na vida dos pequenos. Um grande abraço e boa caminhada rumo à festa da Ressurreição.
Pe Adriano (Tillã), missionário xaveriano.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

CF 2018: MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
AOS FIÉIS BRASILEIROS
POR OCASIÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 201
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Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Neste tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha “Fraternidade e a superação da violência”, cujo objetivo é construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Desse modo, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado.

Jesus veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10, 10). Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se converte num espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos (cf. Exort. Apost. Evangelii gaudium, 180). Este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum, da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na sociedade.

É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (1 Co 6,2; cf. Is 49,8), que nos traz a graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef 4, 26).

Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia-a-dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), como destaca o lema da Campanha da Fraternidade deste ano. Em Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação. As comunidades da Igreja no Brasil anunciem a conversão, o dia da salvação para conviverem sem violência.

Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim.

Vaticano, 27 de janeiro de 2018.
Franciscus PP.


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA 2018



“Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (Mt 24, 12)

Amados irmãos e irmãs!
Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, “sinal sacramental da nossa conversão”,[1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida. Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (24, 12). Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.


Os falsos profetas

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas? Uns assemelham-se a “encantadores de serpentes”, ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão! Outros falsos profetas são aqueles “charlatães” que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demônio, que é “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.

Um coração frio

Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; [2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemos então:
Como se resfria o amor em nós?
Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?


O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, “raiz de todos os males” (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n'Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.[3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas “certezas”: o bebê nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas.


A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.



E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.[4]

Que fazer?

Se porventura detectamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.


Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, [5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.



A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguissêmos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: “Isto é o que vos convém” (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?[6]

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.

Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente conosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!

O fogo da Páscoa

Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.


Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa "24 horas para o Senhor", que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando-se nestas palavras do Salmo 130: “Em Ti, encontramos o perdão” (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do “lume novo”, pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. “A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito”,[7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.

Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.
Vaticano, 1 de Novembro de 2017
Solenidade de Todos os Santos

CITAÇÕES:

[1] Missal Romano, I Domingo da Quaresma, Oração Coleta.
[2] “Imperador do reino em dor tamanho / saía a meio peito ao gelo baço” (Inferno XXXIV, 28-29).
[3] “É curioso, mas muitas vezes temos medo da consolação, medo de ser consolados. Aliás, sentimo-nos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabeis porquê? Porque, na tristeza, quase nos sentimos protagonistas; enquanto, na consolação, o protagonista é o Espírito Santo” (Angelus, 7/XII/2014).
[4] Nn. 76-109.
[5] Cf. Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 33.
[6] Cf. Pio XII, Carta enc. Fidei donum, III.
[7] Missal Romano, Vigília Pascal, Lucernário.

FONTE: Vatican.va

domingo, 11 de fevereiro de 2018

DIA MUNDIAL DO ENFERMO

Neste dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora  de Lourdes,  a Igreja recorda o Dia Mundial do Enfermo. Todos os anos o Papa  envia uma mensagem de fé e esperança aos profissionais e voluntários que trabalham na área da saúde. Para a celebração da data este ano,  o Papa Francisco escolheu as palavras de Jesus, elevado na cruz, que se dirige à sua mãe e a João, dizendo: “Eis o seu filho! (…) Eis a sua mãe!” (Jo 19, 26-27).

Esta data, de origem religiosa, tem o objetivo de apelar à sociedade e à comunidade mundial por melhores condições de tratamento e atenção às pessoas doentes, seja nos hospitais, postos de saúde ou mesmo em casa. O Dia Mundial do Enfermo foi criado em 11 de fevereiro de 1992, por iniciativa do Papa João Paulo II.
A mensagem para este Dia Mundial do Enfermo foi divulgada no último dia 11 de dezembro. No texto, Francisco reafirma o serviço da Igreja aos doentes e destaca o exemplo de Maria no cuidado para com essas pessoas.
A mensagem traz como tema as palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria e a João: "“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua" (Jo 19, 26-27). São Palavras que deram origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade, explica Francisco na mensagem.
Segundo o Papa, a vocação materna da Igreja para com os necessitados e doentes concretizou-se em uma série de iniciativas em favor dos enfermos e constitui uma história de dedicação que não deve ser esquecida.
“A imagem da Igreja como ‘hospital de campo’, acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população”.

O Santo Padre destaca ainda no texto o trabalho da Pastoral da Saúde como necessário e essencial e recorda a ternura e perseverança de tantas famílias ao acompanhar seus doentes. Segundo o Papa, os cuidados por parte da família são testemunho de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados.
“Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um”.
Francisco concluiu a mensagem confiando a Maria todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. “A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas”.
Eis a íntegra da mensagem:
 MENSAGEM DE SUA SANTIDADE FRANCISCO PARA O XXVI DIA MUNDIAL DO DOENTE
(11 DE FEVEREIRO DE 2018)
Mater Ecclesiae: “Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua" (Jo 19, 26-27)

Queridos irmãos e irmãs!
O serviço da Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf. Lc 9, 2-6, Mt 10, 1-8; Mc 6, 7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre.
Este ano, o tema do Dia do Doente é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).
1. Estas palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz. Esta não representa uma tragédia sem esperança, mas o lugar onde Jesus mostra a sua glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo.
Em primeiro lugar, as palavras de Jesus dão origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum filho ou duma filha engloba tanto os aspetos materiais como os espirituais da sua educação.
O sofrimento indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-Se com a Igreja e toda a humanidade, e Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação. Os Atos dos Apóstolos, ao descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes, mostram-nos que Maria começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja. Uma tarefa que não mais terá fim.
2. O discípulo João, o amado, representa a Igreja, povo messiânico. Ele deve reconhecer Maria como sua própria mãe. E, neste reconhecimento, é chamado a recebê-La, contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus. Por isso a vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João e toda a Igreja. Toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação materna de Maria.
3. João, como discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se enxugam todas as lágrimas. Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos, sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus.
4. Esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se, ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos. Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Continua ainda hoje, em todo o mundo. Nos países onde existem sistemas de saúde pública suficientes, o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos. Nos países onde os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a mortalidade infantil e debelar algumas pandemias. Em todo o lado, ela procura cuidar, mesmo quando não é capaz de curar. A imagem da Igreja como «hospital de campo», acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população.
5. A memória da longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse serviço. Mas é preciso olhar o passado sobretudo para com ele nos enriquecermos. Dele devemos aprender: a generosidade até ao sacrifício total de muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade, sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos séculos; o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados inovadores e fiáveis. Esta herança do passado ajuda a projetar bem o futuro. Por exemplo, a preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres. Ao contrário, a inteligência organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento. Estas orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom testemunho do Evangelho.
6. Jesus deixou, como dom à Igreja, o seu poder de curar: «Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados» (Mc 16, 17.18). Nos Atos dos Apóstolos, lemos a descrição das curas realizadas por Pedro (cf. At 3, 4-8) e por Paulo (cf. At 14, 8-11). Ao dom de Jesus corresponde o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes, o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor. A pastoral da saúde permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência. Não podemos esquecer aqui a ternura e a perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados. Os cuidados prestados em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas. Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um.
7. A Maria, Mãe da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas. A todos, doentes, agentes de saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 26 de novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – de 2017.

FONTE: Vaticannews

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

NÃO À CORRUPÇÃO!

Neste mês de fevereiro de 2018, a intenção do Papa Francisco é: NÃO À CORRUPÇÃO!



Peçamos em conjunto para que aqueles que têm poder material, político ou espiritual não se deixem dominar pela corrupção, desafia Francisco.


Papa Francisco revela os males da corrupção e do crime organizado, contrapondo-os com a relação que existe entre a justiça e a beleza e nos desafiando a combater veementemente tal mal, que assola a sociedade.



"Devemos falar dela, denunciar os males que provoca e compreendê-la para mostrar a vontade de fazer prevalecer a misericórdia sobre a mesquinhez, a beleza sobre o nada”, acrescenta.




Quem paga a festa dos corruptos? Os pobres!


Não se resolve a corrupção com teoremas, mas com pequenos e grandes gestos concretos! O que está na raiz da escravidão, do desemprego, do abandono dos bens comuns e da natureza? A CORRUPÇÃO!!!

A corrupção é um processo de morte que nutre a cultura da morte. A ambição do poder e do ter não conhece limites.

A corrupção não se combate com o silêncio.



Peçamos juntos para que aqueles que têm poder material, político ou espiritual não se deixem dominar pela corrupção.

CLIQUE NO LINK E ASSISTA OS VÍDEOS DO PAPA FRANCISCO:




domingo, 4 de fevereiro de 2018

REUNIÃO DA COORDENAÇÃO BRASIL SUL

Com uma maravilhosa acolhida pelo Pe Giovanni Mezzadri e Pe. Rafael Lopes, aconteceu neste sábado dia 03 de fevereiro de 2018, na Casa Provincial da Vila Mariana, a reunião ordinária da Coordenação do Laicato Brasil Sul. Estiveram presentes Mauro e Argemiro do Grupo Pe José Pedro - Goioerê-PR, Elizete do Grupo Pe Everaldo - Laranjeiras do Sul,  Maria Angélica do Grupo São Guido - Curitiba, Pe Rafael e Pe João Bortolocci.
Houve a celebração da Missa presidida pelo Pe. Geovanni na qual, ao final, os participantes receberam a bênção da garganta. Após o café, deu-se início a reunião e, motivados pela reflexão ocorrida na dinâmica inicial, foram tratados os assuntos da pauta.
Partilhou-se as experiências missionárias realizadas nos diferentes grupos e as visitas missionárias de acompanhamento em 2017.

Missa com bênção da garganta com Pe Giovanni

Almoço


Museu do Ipiranga

Passeio no Ipiranga

Argemiro e Mauro no Ipiranga




sábado, 3 de fevereiro de 2018

ENCONTRANDO O POVO



No final de semana de 19 à 22 de janeiro saímos para caminhar (ou andar avião, ônibus, carro, de trem e metrô) na região de São Paulo. Esteve nessa caminhada a Maria Angélica Kroetz Kovalhuk, secretária dos Leigos Missionários Brasil Sul e Elizete da Aparecida Toledo, vice coordenadora.



Participamos no sábado pela manhã de um encontro com o Provincial da Congregação dos Missionários Xaverianos, Padre Rafael, grande alegria encontrar também o sacerdote Pe Giovanni Mezzadri.



Na tarde de sábado fomos conhecer a bela, adorada e fofíssima, recém nascida Maria Beatriz filha da amiga Patrícia que está vivendo o momento mais belo e único da vida de uma mulher: a maternidade! Que alegria ver o dom da vida se multiplicando.



ENCONTRO COM O GRUPO DE LEIGOS EM GUAIANAZES - SP

No sábado a noite, dia 20.01.2018, fomos visitar e conhecer o grupo de Leigos(as) Missionários(as) Xaverianos(as) de Guaianazes - SP. Encontramos um grupo de mulheres que estão se reunindo periodicamente nas famílias com assessoria do Padre Santo, que na ocasião não estava pois foi para o México em férias. Estiveram presentes a Luzia, Maria, Maria Luiza, Vanilde, Fátima, Patricia Alexandre, Lilian, Cristina (que nos acolheu em sua casa com muito carinho e atenção!), Fátima, Bernadete e a Carla.
Tema do Encontro: Cristãos leigos e leigas "Sal da Terra e Luz do Mundo."
Mulheres de luta! que fazem de suas vidas um dom no serviço às comunidades, na participação do mistério pascal. Quanta emoção escutar as partilhas de mulheres que têm na vida em comunidade, partilhando e vivendo suas lutas, agruras também alegrias e acima de tudo presença de Deus! O encontro foi rico pela acolhida que tivemos e pudemos refletir sobre o Ano Nacional do Laicato na realização de um encontro do subsídio disponibilizado pela CNBB. Pudemos repassar também sobre a caminhada do laicato Brasil Sul. Obtivemos o compromisso dos participantes em estar junto com os demais estados e grupos.
Após a partilha saboreamos um delicioso jantar preparado com muito carinho. Encerramos com um sentimento de alegria e ao mesmo tempo de solidariedade com o povo da periferia de São Paulo que por muitas vezes é esquecido pelo poder público na assistência de questões básicas. Pudemos também observar o grande desafio para a evangelização que se tem na região.

Veja algumas fotos abaixo:









PIRACICABA

No domingo dia 21.01, seguimos para Piracicaba-SP com a Cristina para nos encontrarmos com o Artidônio e o Padre João, para o início da preparação e organização da 7ª Assembleia do Laicato Brasil Sul, que este ano será em Piracicaba - SP. Fomos recebidos pela Lázara sua esposa com um delicioso almoço e após o almoço com o Padre João, foi inserida na agenda paroquial a data da assembleia e iniciadas as conversas e convites para as famílias acolherem os participantes da mesma.


Artidônio está tirando a foto e Pe João tinha uma visita pastoral. 

Encerramos a noite de domingo com um jantar com os Padres Rafael, Giovanni Mezzadri e Alessandro que entre conversas e partilhas relembraram as agruras do processo de evangelização na periferia de São Paulo.

A agenda de visitas para 2018 continua! Em breve estaremos em Londrina-PR e Ourinhos-SP, conforme cronograma estabelecido.

Nos acompanhe em oração e reze conosco! Tudo com Missão e nada sem Missão!


Ser leigo na Igreja hoje

De um modo geral, as pessoas podem entender (ou achar) que todos aqueles que participam de uma maneira ou outra da Igreja ou de alguma comun...